Resenha Tablet BlackBerry PlayBook 16GB

Stella Dauer
Canal EuTestei
Published in
8 min readApr 6, 2013

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Sofrendo um pouco de bullying no exterior, a PlayBook teve seu preço reduzido em uma tentativa de se aproveitar da bonança tardia da Smart Touch da HP. Em testes essa tablet se revelou muito acima dos padrões de design esperados, e com qualidade gráfica superior à do Android.

Prós:
• Design do aparelho e da interface impecáveis;
• Conexão com ferramentas corporativas da RIM;
• Processamento bem aproveitado, som ótimo.

Contras:
• Sistema único para essa tablet;
• Sem conexão 3G;
• Não há slot para cartão de memória.

Design

Apesar de ser muito parecida com outras tablets, há um quê de diferente nessa aqui. Ela te uma cara mais sóbria, menos divertida, mais quadrada e elegante. A PlayBook é pequena mais sua forma, peso e visual lhe dão um ar muito confiável e que passa qualidade.

Ela é pequena e pesadinha, com mais de 400 gramas. A frente é composta pelo display, câmera frontal, logotipo, falantes estéreo e sensor de luz. A moldura é larga, e parte integrante do manuseio do sistema.

As laterais e a traseira são revestidas por material emborrachado preto, saltando apenas o logotipo em plástico prateado brilhante no centro, atrás. Os botões de controle que ficam nas bordas são pequenos e um pouco duros, o que pode levar a erros.

E esses botões são bem poucos, apenas o de energia, volume e play/pause de mídias, que ficam apinhados na parte superior. Fora isso há a entrada para fones e microfones estéreo, também na parte superior; a câmera na traseira; e conexões microUSB, microHDMI e proprietária na parte inferior.

Tela

Infelizmente ele só está disponível na versão de 7 polegadas, mas a resolução de 600 x 1024 é ótima, apenas alguns pixels a menos que o iPad 2 e quase três polegadas menor.

É uma tela TFT capacitiva com 16 milhões de cores, com um brilho muito bom. Seu formato é o 16:9 widescreen, o que significa que ela também é voltada para mídia.

Hardware e processamento

A PlayBook é uma das tablets no mercado que melhor aproveitam o processador de 1GHz dual core Cortex-A9 com 1GB de RAM.

Se não há a tela grande para comer processamento, a tablet aproveita isso deixando transições e a interface mais ousadas e pesadas. Nada engasgou em nossos testes. Ele é bem rápido na navegação pela internet, abre sites em segundos.

Em conexões sem fio temos Wi-Fi b/g/n, Bluetooth 2.1 para conexão com acessórios e transmissão de dados, e GPS.

Não há conexão 3G nos modelos vendidos aqui no Brasil, deixando-a um pouco menos “móvel”. Entretanto, a RIM avisa que é possível utilizar a internet 3G de um smartphone BlackBerry sem problemas, mostrando que o ideal é possuir dois produtos da marca — isso fica claro em outros quesitos, também. Entre os sensores possui acelerômetro, giroscópio e bússola digital.

Câmera

A câmera frontal, ideal para vídeo conferências, tem 3 megapixels, difícil encontrar igual no mercado. A traseira tem sensor de 5 megapixels, mas infelizmente não possui flash. Infelizmente ela é vagarosa para tirar fotos, mas possui foco automático rápido e estabilização de imagem.

São pouquíssimas as configurações disponíveis, tratando-se apenas de uma câmera para registros corriqueiros. Há uma certa granulação em situações de pouca luz, mas em externas ela se sai bem.

Imagens feitas com a câmera (Crédito: Stella Dauer)

Há geolocalização e na filmagem ela aguenta até Full-HD (1080p). Os microfones estéreo funcionam bem, e o vídeo é bem aceitável e tem bom desempenho com boa luz.

Sistema operacional e usabilidade

O sistema não é o mesmo ao qual os usuários de aparelhos da RIM estão acostumados. Ao invés do Blackberry OS, temos o BlackBerry Tablet OS, baseado no sistema QNX, diferente do sistema dos smartphones da empresa.

O design de interface é um caso à parte. Muito caprichado e muito bonito, todos os aplicativos são belos e possuem construção especial para a PlayBook. É um colírio para os olhos navegar pelas janelas, menus e pelo sistema.

Mexer na PlayBook é diferente de qualquer coisa que você já viu, ainda mais se está acostumado ao iOS ou ao Android. Para aprender a usá-la é necessário recorrer às instruções, pois não há botão home, voltar, opções e outros que encontramos nos dois sistemas mais famosos.

Entretanto, depois que você aprende a manejá-la, fica satisfeito com a praticidade. Acessar o gerenciador de tarefas, mudar de aplicativo, acessar o menu de opções, tirar a tablet do modo stand-by, tudo é feito com o arrastar dos dedos pela tela, a partir da moldura, em locais diferentes, como de baixo para cima, na diagonal ou de cima para baixo.

Pode ser mais complicado de entender, mas consideramos válida uma tentativa de fazer diferente, de mostrar outras formas de interação com esse tipo de aparelho, e parece que a RIM fez isso muito bem.

Inclusive, na ótima multitarefa, os aplicativos continuam funcionando mesmo quando minimizados na barra de seleção de aplicativos, aproveitando ao máximo o processamento parrudo.

Uma vantagem sobre o iOS é o suporte a flash, acompanhado também de suporte a HTML5 e um emulador de Java. O teclado virtual é largo e bem preciso, e o barulho que ele faz dá uma boa resposta. A loja de aplicativos é bem intuitiva, e a atualização dos aplicativos é fácil.

Aplicativos

Quem tem um BlackBerry pode considerar essa tablet entre as melhores escolhas. Uma área de nome BlackBerry Bridge é dedicada à conexão com seu smartphone da RIM.

Ao conectar os dois aparelhos, é possível interagir com todo o conteúdo do smart dentro da tablet, usufruindo de uma tela maior, teclado digital maior, entre outros.

Há o acesso a mensagens, contatos, navegador, calendário, BBM, bloco de notas, tarefas e arquivos. E como muitos que usam BlackBerry o utilizam no trabalho, sob regras de confidencialidade, após desconectar os aparelhos toda a informação some da PlayBook, ficando segura no smart.

Mas, se isso é uma boa vantagem para quem já tem um smart da RIM, pode não ser bom para quem ou tem um telefone de marca diferente ou só quer uma tablet diferente.

Isso porque, na verdade, não há acesso aos serviços corporativos da RIM sem a presença de um aparelho da mesma marca, então é melhor considerar isso antes de comprá-la.

Outros aplicativos bons também acompanham a tablet, o que inclui a suíte completa de Documents To GO, uma suíte Office Mobile com muitos recursos.

Há também aplicativos de meios de comunicação nacionais como Exame, Época, Estadão, Caras e também apps utilitários tal qual o Cinemark, Bradesco, Sonora, Placar UOL e outros.

A loja App World da BlackBerry ainda conta com relativamente poucos aplicativos para essa tablet. No total, a AppWorld conta com 50 mil aplicativos, o que já não é muito se comparado aos 500 mil do Android ou do iOS.

Para a PlayBook são aproximadamente 4 mil. É pouco para os usuários de outras plataformas, mas com 4 mil já dá para se esbaldar.

E, assim como a interface, os aplicativos também são muito bonitos e bem feitos. O navegador de internet é bem útil e com visual simples, trazendo suporte completo a Flash e HTML 5.

Para conectá-lo ao computador é necessário instalar aplicativos, que já vêm dentro do aparelho e são instalados na primeira conexão.

Música e mídia

Os falantes estéreo têm ótima localização, garantindo um bom som externo, claro e muito alto. Há uma pequena falta de graves, mas é um dos melhores sons de tablet que já vimos, se espalha pelo ambiente em um raio de mais de 50 centímetros. A mesma qualidade se mantém nos fones de ouvido.

Esse som ótimo, além de ser bom para músicas, é bom também para a reprodução de filmes. A tela brilhante e de boa definição com esse som deixam a PlayBook ideal para entretenimento.

Como ela é pequena, pode ser levada para a cama e utilizada sem dores. Ela reproduz DivX, WMV, XviD e 3gp, mas softwares de terceiros podem aceitar mais formatos.

E com a saída microHDMI é possível conectar a tablet em uma TV de alta definição, e reproduzir vídeos em Full-HD. É possível mexer na tablet pela TV ou realizar e o espelhamento.

Armazenamento e bateria

Não há espaço para cartões de memória na PlayBook, mas ela é vendida em modelos de 16GB, 32GB e 64GB, sendo esse último suficiente para muita mídia. Ainda assim, slots para cartões podem ser mais práticos.

Quanto à bateria, a duração aproximada é de 8 horas e meia com pouco uso. Sem uso ele passa de um dia, e com uso intenso fica em mais ou menos 6 horas.

O que vem na caixa

A caixa muito elegante e bem apresentada vem com o aparelho, uma capinha protetora de neoprene simples mas resistente, um guia rápido, manuais, um pano de limpeza para a tela, cabo USB e carregador.

Para quem é

Quem já mexeu nos sistemas do iOS e Android, vai ficar confuso e também se surpreender com a PlayBook. Um aparelho com design caprichado no exterior e no interior, que peca apenas pela plataforma ainda pobre de aplicativos, que são muito bem explorados pelo processador poderoso.

Informações

Tela: 7 polegadas
Resolução de tela: 600 x 1024 pixels
Sistema operacional: BlackBerry Tablet OS 1.0
Processador: 1GHz dual-core Cortex-A9 CPU, PowerVR SGX540 GPU, TI OMAP 4430 chipset
Memória RAM: 1GB
Armazenamento: 16GB internos
Conectividade: Wi-Fi b/g/n / Bluetooth 2.1 / GPS / microHDMI / microUSB
Dimensões: 19,4 x 13 x 1 cm
Peso: 431 gramas
Autonomia de bateria: 8 horas
Itens inclusos: Aparelho, capa protetora, guia rápido, manuais, pano de limpeza, cabo USB e carregador

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